Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a morte encefálica é caracterizada pela cessação das atividades corticais — do córtex cerebral — e do tronco encefálico.
A ausência dessas funções implica em morte, pois o paciente não é mais capaz de respirar, manter a temperatura ou pressão necessárias para a sobrevivência.
Na morte encefálica, mesmo que alguns órgãos continuem funcionando, eles deverão parar pouco depois do desligamento dos aparelhos aos quais o paciente está conectado.
Isso porque a região responsável pelo comando das atividades essenciais à vida já não funciona sozinha.
Causas mais comuns :
- traumatismo craniano — lesões decorrentes de “pancadas” na cabeça;
- aumento da pressão dentro do crânio decorrente de doenças, traumas e outras causas;
- edema (inchaço) cerebral;
- prada cardiorrespiratória proveniente de diversos eventos patológicos;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC) — quando há interrupção da irrigação do cérebro pelo sangue;
- tumores cerebrais ou que se desenvolveram em decorrência de metástase;
- falta de oxigênio no cérebro;
- overdose de drogas ou medicamentos
Atenção: três pré-requisitos para a constatação de morte encefálica:
- coma com causa conhecida e irreversível;
- ausência de hipotermia, hipotensão ou distúrbio metabólico grave;
- exclusão de intoxicação exógena ou efeito de medicamentos psicotrópicos.
Em outras palavras, o paciente deve estar em coma e não responder a estímulos externos nem ter reflexos, além de apresentar apneia (parar de respirar).
Depois de confirmado o coma não perceptivo, o médico testa os reflexos do tronco encefálico do paciente. São verificados:
- reflexos pupilar (resposta à luz);
- córneo-palpebral (ausência de fechamento das pálpebras ao toque da córnea);
- óculo-cefálico;
- vestíbulo-ocular;
- tosse.
O teste de apneia é uma das etapas durante a realização do protocolo de morte encefálica
É um dos últimos recursos, realizado quando o indivíduo não respondeu aos demais testes.
Esse procedimento serve para verificar se há qualquer movimento respiratório do paciente, que é desconectado do aparelho de ventilação mecânica e recebe estímulo com oxigênio.
Além dos testes clínicos, a legislação brasileira exige pelo menos um exame diagnóstico complementar para atestar a morte encefálica.
Esse procedimento precisa confirmar ausência de atividade elétrica, metabólica ou de perfusão (fluxo) sanguínea do encéfalo.
Eletroencefalograma (EEG), arteriografia e doppler transcraniano são comumente utilizados para constatar a morte encefálica.
Para crianças com idade entre sete dias e dois meses incompletos, o intervalo mínimo é de 24 horas. De dois a 24 meses incompletos, de 12 horas. Acima de dois anos, de uma hora.